Os benefícios da diversidade

A UEFA pode orgulhar-se do facto de ter sido a primeira grande organização desportiva internacional a colocar sistematicamente na sua agenda o respeito pela diversidade e a luta contra a discriminação.

Em Roma, tive recentemente a honra de presidir à quarta de uma série de conferências de Respeito e Diversidade, iniciadas em 2003. Continua a haver quem diga que, passados 11 anos, apesar dos reiterados esforços e da política de tolerância zero, das campanhas de sensibilização nas televisões e de centenas de sanções disciplinares, a luta pela diversidade ainda não foi ganha. Ignoram, no entanto, o que a realidade mostra – a nossa sociedade é caracterizada pelo racismo como é pelo sexismo, antisemitismo, homofobia, discriminação e outros ataques à dignidade humana.

Como já disse vezes sem conta, e volto a fazê-lo porque não há volta a dar, os problemas que vivemos nos nossos estádios não são mais do que o reflexo de outros mais vastos que afectam as sociedades modernas.

Quererá isto dizer que o futebol deverá simplesmente esperar que outros façam algo contra isso? Não é assim que eu vejo as coisas. Em todos os níveis – das ruas aos estádios onde se joga a Champions League – o futebol é um belo exemplo da diversidade humana e da fraternidade.

Estamos numa posição privilegiada para demonstrar os benefícios de uma diversidade amigável, harmoniosa e positiva. Cor da pele, origem, sexo, credo e tudo o mais não têm nada a ver com habilidade para o futebol e para a camaradagem existente fora de campo.

Quero que o futebol cumpra a promessa de milhões de rapazes e raparigas que acreditam na sua magia e que é algo que poderá ajudar a construir uma sociedade mais tolerante e pacífica. O futebol sabe receber, sabe incluir e sabe integrar. Não exclui ninguém. Não discrimina ninguém. Ajuda a fazer do mundo um local melhor. É nisto que eu acredito e é por isto que luto.